A FIBROMIALGIA E A COVID-19 2
- Home
- Uncategorized
- Blog Detail
A FIBROMIALGIA E A COVID-19 2
É evidente que a situação de pandemia provocada pela COVID-19 tem impacto no doente fibromiálgico, independentemente dos problemas de saúde provocados por esta doença que assola o mundo.
A abrupta descida de rendimentos auferidos devido à paragem das atividades económicas, o aumento do desemprego, as inseguranças financeiras e sociais, que são elementos com impacto no bem-estar mental de uma pessoa considerada “normal”, são empolados num doente fibromiálgico devido à sua condição.
O distanciamento social, a informação constante, a propagação de notícias, falsidades e mitos, nas redes sociais, o contágio (ou o medo de contágio), o falecimento de familiares e amigos, são múltiplos os fatores que contribuem para um estado de saúde mental mais frágil, aumentando os níveis de ansiedade e de stress, com consequente impacto nos sintomas da fibromialgia.
A nível de saúde física, o encerramento de ginásios, piscinas, centros de fisioterapia e de reabilitação, a suspensão de atendimentos presenciais, adiamento de consultas médicas, suspensão de Juntas Médicas, etc. também impactam, negativamente, em todos os aspetos físicos e cognitivos, em muitos casos acelerando a evolução da doença, como por exemplo, aumento da rigidez das articulações e da fadiga muscular, com retrocesso na qualidade de vida, e aumentando o risco de incapacidade e de não conseguir trabalhar.
A redução da força muscular é comum em pacientes com fibromialgia, limitando sua capacidade de realizar atividades diárias e aumentando o risco de incapacidade.
Segundo o Fórum Europeu das Pessoas com Deficiência “um terço dos doentes com incapacidade e deficiência em risco de pobreza e exclusão social”, salientando ainda que “é preciso salvaguardar que não ficam para trás. Isso é muito difícil, mas tem de ser feito. Sob pena de se comprometer mais uma geração de pessoas com deficiência”.
FIBRO – Associação Barcelense de Fibromialgia e Doenças Crónicas.
Dando os seus primeiros passos em 2011, como um grupo de auto-ajuda/apoio informal, transformou-se em associação sem fins lucrativos em novembro de 2012, com o objetivo de apoiar todas as pessoas que sofrem de Fibromialgia e Doenças Crónicas.
Assegura um tempo de atendimento semanal para os seus associados ao longo do ano inteiro, nutre diversas parcerias com outras associações e empresas, para apoio aos associados, ajuda no encaminhamento para consultas de especialidade, e mantém um centro de auto-ajuda para doentes e familiares, com atividades terapêuticas de reabilitação.
No foro da acção educativa e social, a associação participa em estudos académicos sobre a doença, e realiza diversas campanhas de sensibilização e de divulgação ao longo do ano, como por exemplo, palestras de formação/informação em vários locais do país, em parceria com outras entidades e autarquias.
Tendo em conta o cenário em que o país vive atualmente, a FIBRO tem recebido dos seus associados diversas comunicações que espelham a preocupação pelos cancelamentos sucessivos de consultas médicas, de tratamentos de fisioterapia, e de outros meios de reabilitação.
Naturalmente, a associação tem demonstrado empatia e preocupação com a situação dos seus associados, lamentando a situação atual, e esperando que rapidamente o país volte à normalidade, com as devidas precauções.
Em face disto, e no âmbito das medidas adotadas pelo Governo, a associação suspendeu as suas atividades por tempo indeterminado, afetando em particular o atendimento presencial, a comemoração do Dia Mundial da Fibromialgia, tradicionalmente comemorado com a realização, programadas, de uma palestra no dia 12 de Maio, e de uma caminhada de sensibilização no dia 17 de Maio.
No entanto, e não querendo deixar passar esta efeméride tão importante do seu calendário de atividades, a assinalar a data, foi lançado nesse dia um E-book, que pode ser visualizado na página do Facebook da FIBRO ( https://www.facebook.com/fibroassociacao/ )
– Impacto social e disseminação
Com as ações de sensibilização, que desenvolvemos, pretende-se que a comunidade desmistifique a fibromialgia. Valorizando as capacidades que os doentes fibromiálgicos possuem, promovendo uma sociedade inclusiva.
Informar e sensibilizar a comunidade para a problemática das dificuldades diárias e permanentes do doente crónico e fibromiálgico, através de ações de formação, junto de diferentes públicos-alvo, desmistificando crenças erradas sobre a doença, promovendo a esperança e diminuindo o estigma negativo da doença.
Pretende-se que os diferentes agentes envolvidos (familiares, profissionais de saúde, entidades empregadoras e outros agentes da comunidade) conheçam o mais possível o doente com DOR Crónica, garantindo a sua participação em igualdade de oportunidades.
*Gestor de Formação, Diretor da Fibro -Associação e Fibromialgia em Portugal